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Tricologia

Calvície feminina

Alopecia Androgenética: calvície hereditária e hormonal – é o tipo de queda de cabelo de causa genética, que pode acometer até 80% dos homens com idade de até 70 anos e cerca de 40% das mulheres com idade de 50 anos. Trata-se de uma desordem hereditária dependente de estímulos de hormônios andrógenos que atuam no folículo piloso. O mecanismo hereditário não está totalmente esclarecido, mas a herança pode ser tanto do lado materno como paterno.           

Na mulher, também é conhecida como alopecia de padrão feminino (pattern hair loss) e caracteriza-se por uma redução na densidade capilar em toda parte superior e frontal, com manutenção da linha de implantação capilar. O termo Alopecia Androgenentica (AGA) é mais utilizado para a calvice masculina.
 
Eflúvio Telógeno: Queda difusa que pode ocorrer em todo cabelo sem a ocorrência de afinamento e perda da densidade.

É comum a queda ser desencadeada 2 a 4 meses após fator desencadeante que leva à um stress fisiológico e faz com que haja um desequilíbrio no ciclo do folículo piloso, podendo cair mais de 600 fios por dia. Há uma série de fatores que podem ser desencadeantes: stress psicológico ou emocional, estado febril, distúrbios endócrinos, doenças crônicas, cirurgias, deficiência nutricional, medicamentos, dietas exageradas e pós gestacional.
 
Alopecia Areata (AA): Alopecia areata é um tipo de queda autoimune, não cicatricial, comum, em que há perda brusca e completa de pelos em uma ou mais áreas do couro cabeludo, podendo afetar também outras regiões do corpo como barba, supercílio e púbis. Observam-se placas de perda de cabelo, geralmente circulares, com 1 a 5 cm de diâmetro, deixando a pele lisa e desnuda semelhante a uma clareira.  Os limites destas “clareiras” são bem definidos em formato redondo ou oval.

 A alopecia areata pode estar relacionada com anormalidades sistêmicas, sendo alteração de tireóide a doença mais comum com incidência entre 8-28%. Outras alterações autoimune s associadas são: Vitiligo, Atopia, Sd Down e Lúpus.

Ela pode ter um componente emocional como desencadeante do quadro, especialmente em crianças.
 
Qual o tipo mais comum nas mulheres, a hereditária ou adquirida?
Na mulher, os dois tipos mais comuns são: Alopecia de padrão feminino (genética) e o Eflúvio Telógeno.
O Eflúvio Telógeno é a queixa mais comum de queda de cabelo em mulheres nos consultórios dermatológicos. Há uma série de fatores que podem ser desencadeantes para esse tipo de queda difusa e exagerada dos fios.

Nas mulheres, com a chegada da menopausa em que há alterações hormonais, é comum que os fios fiquem mais ralos. Há diminuição da densidade dos cabelos e a duração da fase de crescimento dos fios é menor. As alterações hormonais vão afetar não somente a quantidade de fios, mas também a hidratação natural dos cabelos.

A espessura dos fios de cabelo também tende a diminuir com a idade. Antes dos 50 anos temos uma média de três fios de cabelo em cada folículo piloso.  Ao se aproximar dos 50 anos e depois, a redução hormonal gera uma redução na quantidade de fios, passando para um fio por folículo piloso.

Quais os principais sintomas?
Nas mulheres os sintomas podem ser variáveis. 
  • Rarefação difusa com progressivo afinamento dos fios. Atenção à perda de volume, rarefação e exposição do couro cabeludo. A risca vai aparecendo cada vez mais e começa a dificultar o penteado, porque o couro cabeludo fica evidente.
  • Muitas mulheres referem não conseguir fazer mais o mesmo rabo de cavalo.Este processo é lento e, por isso, muitas mulheres não conseguem perceber precocemente. 
  • Queda exagerada e DESPRENDIMENTO fácil do couro quando os fios são puxados.
  • Descamação e áreas vermelhas
  • Perda de pelos em outras áreas do corpo

Tratamento
 
Tratamentos farmacológicos para tratar a calvice feminina- também conhecida como calvice de padrão feminino (female pattern hair loss), podem ser orais ou tópicos. Outros tratamentos incluem fitoterápicos, suplementação de vitaminas, laser, entre outras técnicas e ativos:
 
ORAL
Neste grupo estão incluídos os inibidores da 5 alfa-redutase e os anti-andrógenos.

Devido a probabilidade de causarem feminilização nos fetos masculinos, os inibidores da 5 alfa redutase são contra indicados em gestantes e devem ser associados com anticoncepcionais, especialmente mulheres em idade fértil.

Inibidor da 5 alfa –redutase- FINASTERIDA:
A finasterida inibe, seletivamente, a 5α-redutase II e vários estudos já comprovaram sua eficácia.

Ela é capaz de interromper a perda capilar em até 90% dos homens tratados por cinco anos e cerca de 65% dos indivíduos apresentam crescimento capilar em áreas afetadas.

Atualmente a finasterida é a droga de escolha para o tratamento da alopecia androgenética em homens, sendo recomendado o uso contínuo de 1 mg por dia. Seu uso em mulheres não é aprovado delo FDA, mas existem estudos demonstrando sua eficácia, porém em doses superiores de 2.5 a 5mg/dia. O uso da finasterida na calvície feminina permanece "off-Iabel" e deve ser indicado em casos individualizados juntamente com a devida anticoncepção.
 
Anti-andrógenos:
Acetato de Ciproterona: O acetato de ciproterona também pode ser empregado para neutralizar os efeitos dos andrógenos. Estas drogas têm ação hormonal e, no caso do acetato de ciproterona, associado ao estradiol, age como um anticoncepcional.
 
Espironolactona; Esta droga é segura e eficaz, com 100 a 200 mg diários, por seis meses, pode-se conseguir resultados satisfatórios. Ela suprime a liberação do hormônio gonadotrofina pituitária, que por sua vez reduz a produção de andrógenos pelos ovários. Isto controla os níveis hormonais que regulam o crescimento do cabelo.
 
O uso da espiranolactona não é aprovado pelo FDA para o tratamento de perda de cabelo padrão feminino mas seu uso off-label é comum.
 
TÓPICOS
MINOXIDIL: A solução tópica de Minoxidil, inicialmente aprovada para uso na Alopecia androgenética masculina (AGA), é agora permitida para uso em mulheres nas concentrações de 2 e 5%.

Embora seu mecanismo de ação ainda não esteja totalmente esclarecido, sabe-se que estimula a divisão celular, prolonga a fase de crescimento do folículo piloso, diminui a fase de repouso, além de promover vasodilatação na derme, podendo melhorar a irrigação folicular.

17 Alfa Estradiol - Solução capilar indicada nos casos de diminuição da fase anágena (fase de crescimento dos fios), no ciclo de desenvolvimento capilar na alopecia leve a moderada.

Os estrógenos tem um papel protetor em relação à queda de cabelo feminino e portanto, o hormônio 17 α-estradiol que é um isômetro do 17 β-estradiol, pode ser uma opção. Alguns trabalhos têm realçado o papel positivo do 17 α-estradiol no tratamento da alopecia feminina sem, no entanto, elucidar ainda seu exato mecanismo de ação.

Num estudo onde foram incubados folículos humanos com e sem 17 α-estradiol, notou-se mais ação da enzima aromatese nos folículos incubados com a droga. Ainda ocorre a ação do 17 α-estradiol neutralizando a enzima 5 α-redutase. Desta forma, a ação favorável sobre a aromatase e a inibição da enzima 5 α-redutase resultam numa tendência de melhora do quadro da alopecia, evitando a miniaturização dos fios e cessando a queda dos mesmos.
 
Auxina Tricógena - É um extrato hidroalcoólico obtido da tussilagem (Tussilago farfara), milefólio (Achillea millefolium) e quina (Cinchona officinallis), com ação tônica e nutriente para o bulbo capilar. É usada no tratamento da alopecia, prevenção da queda dos cabelos. Melhora a irrigação sanguínea no couro cabeludo e as trocas intercelulares, fortalecendo a raiz e os fios de cabelo, acelerando seu crescimento.

Estudos sobre a ação de fitoterápicos não comprovam eficácia, porém sugerem que formulações com agentes como a Serenoa Serrulata podem induzir proliferação de fios anágenos (na fase de crescimento)..

Bimatoprosta e lanatoprosta: Ativos que estão sendo estudados para queda cabelo. Ainda há poucos trabalhos científicos.

A laserterapia (luz de diodo de baixa intensidade) é indicada para revitalizar os cabelos, tornando-os mais fortes, brilhantes e volumosos. A luz emitida pelo laser provoca uma foto estimulação do couro cabeludo, melhorando a oxigenação e nutrição das células, deixando os cabelos mais revitalizados.  Estimula o crescimento dos fios, diminui o efeito de rarefação e controla a queda.

Microagulhamento- para drug delivery- O equipamento com centenas de microagulhas é aplicado no couro cabeludo e então,  aplica-se medicamento que irá penetrar profundamente, estimulando o crescimento dos fios.

A queda crônica de cabelos e sem motivo aparente também pode ocorrer por deficiência nutricional e principalmente de ferro.  Importante o exame de análises clínicas para checar hemograma, nível de ferro, ferritina, e alguns minerais. 
 
Outro motivo que aponta frequente fator de queda de cabelo crônica relaciona-se a alterações da tiroide, principalmente o hipotiroidismo.
 
O benefício da suplementação oral com amino ácidos como biotina, zinco e outros micronutrientes é controversa, mas muitos estudos mostram resultados positivos.

Na dermatologia...

...o correto diagnóstico é fundamental para o tratamento ideal a cada paciente.