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Tricologia

Queda de cabelos

1- A queda de cabelo é mais comum nos homens ou nas mulheres? Por que?
A Alopecia Androgenética é a queda de cabelo de causa genética e uma queixa comum nos consultórios. Estima-se que pode acometer até 80% dos homens com idade de até 70 anos e até 40% das mulheres com idade de 50 anos. Trata-se de uma desordem hereditária dependente de estímulos de hormônios andrógenos que atuam no folículo piloso. O mecanismo hereditário não está totalmente esclarecido mas a herança pode ser tanto do lado materno como paterno.

O processo da queda genética é crônico e os fatores hereditários e hormonais  acarretam um afinamento contínuo do fio até a transformação total do mesmo numa "penugem".

Na realidade, o cabelo é considerado um anexo cutâneo formado no folículo pilo sebáceo que se localiza na derme, a parte profunda da pele. Existem cerca de 150.000 fios de cabelo no couro cabeludo, apresentando um crescimento em torno de um centímetro por mês. Sua renovação dá-se constantemente, num ciclo contínuo que alterna atividade e crescimento, com repouso e queda. Em geral, 90% dos cabelos estão na fase de crescimento, enquanto os 10% restantes ficam em repouso, preparando-se para cair, quando são, automaticamente, repostos seguindo esse ciclo até o fim da vida.

Este ciclo de renovação apresenta 3 fases: anágena (fase de crescimento) - dura cerca de 2 a 5 anos, catágena (fase de interrupção do crescimento) - dura cerca de 3 semanas e telógena (fase de queda) - dura cerca de 3 a 4 meses.

Se a causa não for de origem genética, há um outro tipo de queda  muito comum nas mulheres denominada Eflúvio Telógeno.
 
É provavelmente a causa mais comum de perda de cabelo nos consultórios dermatológicos, sendo mais frequente em mulheres do que em homens.
 
Consiste em queda exagerada dos fios, ocorrendo de 2 a 4 meses após um estímulo que faz com que ocorra um desequilíbrio no ciclo do folículo piloso. Pode chegar a cair mais de 600 fios por dia, haver um afinamento difuso, mas frequentemente predomina um afinamento bitemporal (parte lateral da cabeça).
 
Há uma série de fatores que podem desencadear o efluvio:
  •  Stress psicológico ou emocional;
  • Febre;
  • Distúrbios endócrinos;
  • Doenças crônicas;
  • Carência nutricional;
  • Medicamentos;
  • Deficiência de ferro;
  • Dietas;
  • Pós gestação;
Muitas vezes, esse tipo de queda surge após um regime violento, uma cirurgia, estresse excessivo, uso de medicamentos, parto ou mesmo a parada da pílula anticoncepcional, por exemplo. Geralmente, a queda ocorre três meses após o evento, dificultando o diagnóstico.

A queda crônica de cabelos e sem motivo aparente também pode ocorrer por deficiência nutricional e principalmente, ferro.  Importante exame de análises clínicas para checar hemograma, nível de ferro, ferritina, e alguns minerais.
 
 Outro motivo que aponta freqüente fator de queda de cabelo crônica relaciona-se a alterações da tiróide, principalmente o hipotiroidismo.

2- Em que regiões do couro cabeludo que o cabelo da mulher mais costuma a cair? E do homem?
 Para a queda de cabelo de causa genética:
 
O padrão masculino é caracterizado por retração da linha capilar frontal, formando as típicas "entradas" e também pela rarefação no topo do couro cabeludo (“coroa de padre”).
 
Nas mulheres os sintomas são variáveis, em geral, ocorre rarefação difusa com progressivo afinamento dos fios. Na mulher não há formação das entradas “ e a linha da frente da implantação capilar tende a ser mantida.
 
No eflúvio telógeno: há queda difusa do cabelo.
 
3- Quais são as causas da queda de cabelo. Se puder, dá para explicar direitinho cada uma delas?
A causa da calvície em homens é essencialmente genética. A queda é determinada por fatores hereditários e hormonais.

É importante enfatizar que a calvície é genética e continua durante toda a vida. Portanto, mesmo que o transplante seja feito, os fios remanescentes continuam afinando e caindo.

O principal hormônio envolvido na causa da alopecia androgenética é derivado do metabolismo da testosterona, a chamada diidrotestosterona (DHT) que, em geral não está aumentada nos indivíduos acometidos. Sabe-se que número e a distribuição de receptores de andrógeno no folículo piloso do couro cabeludo são geneticamente determinados, conseqüentemente, uma maior concentração de receptores andrógenos implicará em maior interferência hormonal no crescimento capilar. A DHT promove miniaturização (afinamento) progressiva dos fios ao longo dos anos.

Na mulher, embora o processo possa ser genético,  é mais comum o tipo de queda difusa,  conhecido como Eflúvio Telógeno, como discutido anteriromente- VEJA LISTA DE FATORES DESENCADANTES QUESTAO 1.
 
Há um outro tipo de queda chamada Alopecia Areata.
Alopecia areata (AA) é um tipo de queda de cabelo, não cicatricial, comum, em que há perda brusca e completa de pelos em uma ou mais áreas do couro cabeludo, podendo afetar também outras regiões (barba, supercílio, púbis).
 
Observam-se placas de perda de cabelo, com pele lisa e desnuda (clareiras), geralmente circulares, com 1 a 5 cm de diâmetro.  Os limites desta clareiras são bem definidos em formato redondo ou oval. Na periferia das placas pelos aparentemente normais podem ser puxados e se soltam com facilidade.

Na maioria das vezes é percebida incidentalmente pelo paciente, por familiar ou pelo cabelereiro.

 A alopecia Areata pode estar relacionada com anormalidades sistêmicas, sendo  alteração de tireóide a doença mais comum com incidência entre 8-28%. Outras doenças e distúrbios genéticos associados são: Vitiligo, Atopia, Sd Down, Lúpus, etc. Ela pode ter um componente emocional como desencadeante do quadro.
 
A espessura dos fios de cabelo tende a diminuir com a idade. Com o tempo, uma redução na hidratação natural dos fios, especialmente nas mulheres, devido a diminuição dos hormônios, contribui para a redução de sua espessura, fragilidade e quebra.

Antes dos 50 anos temos uma média de três fios de cabelo em cada folículo piloso.  Ao se aproximar dos 50 anos e depois, a redução hormonal gera uma redução na quantidade de fios, passando para um fio por folículo piloso.

4- Como eu sei que meu cabelo está caindo mais do que devia?
Eflúvio telógeno: Os pelos são puxados facilmente, sendo a queda exagerada a queixa principal do paciente. Há queda ao longo de todo dia.
 
Queda genética: queda de cabelo, perda de volume, rarefação e aparecimento do couro cabeludo.

Nos homens, vai começar a aparecer as entradas.

Na mulher, a risca vai aparecendo cada vez mais e começa a dificultar o penteado, porque o couro cabeludo fica mais evidenciado. Dificuldade de fazer o rabo de cavalo como antes é queixa frequente. Este processo é lento e por isso muitas mulheres não conseguem perceber precocemente.

5- Quais são os medicamentos mais comuns para tratar a queda? Por que eles são usados?
Há vários medicamentos e procedimentos, incluindo o uso de laser, dependendo da gravidade da situação, indicados para estimular o crescimento dos fios, diminuir o efeito de rarefação e controlar a queda. Mas, é fundamental a análise do dermatologista para o correto diagnóstico e indicação do tratamento mais adequado a cada caso.

Atualmente vários tratamentos são propostos para a alopecia androgenética. Porém apenas três são aprovados pelo órgão US Food and Drug Administration (FDA): minoxidil na concentração de 2 a 5% para homens e mulheres, finasterida via oral na dose de 1mg por dia apenas para homens e, mais recentemente, os dispositivos emissores de luz de baixa energia para homens e mulheres. Outros tratamentos incluem fitoterápicos, suplementação de vitamina e laser.

Dentre os tratamentos tópicos o minoxidil é um dos mais utilizados, embora seu  mecanismo de ação ainda não esteja totalmente esclarecido. Sabe-se que estimula a divisão celular e prolonga a fase anágena (de atividade) do folículo piloso. Além disso, promove vasodilatação na derme, podendo melhorar a irrigação folicular.

Finasterida em formulações para uso tópico não apresentam evidência científica consistente que comprove o beneficio. Mais estudos são necessários para determinar sua ação no folículo piloso.

Outros ativos em estudo:
17 Alfa Estradiol - Solução capilar indicada nos casos de diminuição da fase anágena no ciclo de desenvolvimento capilar na alopecia leve a moderada, em homens e mulheres.
 
Auxina Tricógena - É um extrato hidroalcoólico obtido da tussilagem (Tussilago farfara), milefólio (Achillea millefolium) e quina (Cinchona officinallis), com ação tônica e nutriente para o bulbo capilar. É usada no tratamento da alopecia, prevenção da queda dos cabelos. Melhora a irrigação sanguínea no couro cabeludo e as trocas intercelulares, fortalecendo a raiz e os fios de cabelo, acelerando seu crescimento. In vivo, aumentou a quantidade dos fios de cabelo (+10%) e sua taxa de crescimento (+27%).
 
L-Carnitina - É responsável pela manutenção do metabolismo energético em todas as células do organismo. Estimula o crescimento capilar do couro cabeludo humano através da redução da apoptose (morte da célular) e aumento da proliferação dos queratinócitos (céllulas) da matriz capilar. Também aumenta a resistência física (energia), contribui para o equilíbrio dos triglicérides e ajuda na defesa do sistema imunológico.
Estudos sobre a ação de fitoterápicos na alopecia androgenética não comprovam eficácia, porém sugerem que formulações com agentes como a Serenoa Serrulata podem induzir proliferação de fios anágenos.

TRATAMENTO SISTÊMICO
Finasterida: Utilizada queda de cabelo masculina na dosagem de 1mg. Bloqueia a ação da enzima que dá origem à DHT. A medicação tem eficácia no controle da queda dos cabelos na grande maioria dos pacientes tratados e até mesmo na reversão de pelos velus (finos e pequenos) para pelos normais, caracterizando a repilação.

Com o bloqueio da enzima, interrompe-se a formação do DHT e os cabelos que ainda não atrofiaram podem voltar a crescer, recuperando áreas que estavam rarefeitas.

Dudasterida: Ação semelhante a finaterida.

A laserterapia (luz de diodo de baixa intensidade) é indicada para revitalizar os cabelos, tornando-os mais fortes, brilhantes e volumosos.

A luz emitida pelo laser provoca uma foto estimulação do couro cabeludo, melhorando a oxigenação e nutrição das células, deixando os cabelos mais revitalizados.
 
6- Xampus e condicionadores antiqueda funcionam mesmo? Por que?
Como complementares e coadjuvantes.

Geralmente são compostos por vitaminas que tem uma ação nutridora para o fio e ativos que melhoram a vascularização da região.

Ou para tratar a dermatite seborreica que é um fator de piora da queda.

7- Geralmente é a partir de que idade que nossos cabelos começam a cair? Por que?
Depende do fator e origem da queda.
Na alopecia areata, 60% dos casos apresentam sua clareira antes dos 20 anos. Apenas 20% dos pacientes tem mais de 40a.
 
Na Alopecia Androgenética, o tipo de queda mais comum nos homens,  o inicio de queda e a velocidade de  evolução, é variável de pessoa para pessoa. Em geral o inicio é precoce na segunda década de vida. Mas alguns homens podem iniciar o quadro após 30 anos. É uma evolução lenta.

Na mulher a evolução e inicio do quadro tb é variável e outros fatores como alteraçoes hormonais podem estar envolvidos. O inicio pode variar de 20 a 35 anos na maioria das vezes.
 
Eflúvio Telógeno- queda difusa irá depender do fator causal e pode iniciar em qualquer idade.
 
8- Por que o cabelo da mulher tende a cair quando ela entra na menopausa? Tem algum jeito de fazer com que isso não aconteça?
Nas mulheres, com a chegada da menopausa, devido às alterações hormonais, é comum que os fios fiquem mais ralos. Há diminuição da densidade dos cabelos e a duração da fase de crescimento dos fios é menor.

Há maior queda com o envelhecimento. As alterações hormonais decorrentes da menopausa vão afetar não somente a quantidade de fios, mas também a hidratação natural dos cabelos. A lubrificação natural do couro cabeludo e dos fios se torna menor com a idade e faz parte do processo de envelhecimento.

Logo que o afinamento dos fios for notado é possível usar medicamentos específicos e eficientes contra a calvície. Mas somente o médico pode receitar. O ideal é um acompanhamento médico para prevenção de queda.
 
A finasterida é uma opção de tratamento para mulheres que não estão na idade fértil.
  
9- A presença de caspa pode ocasionar a queda? O que é preciso fazer para acabar com a caspa?
Sim, a caspa (dermatite seborreica) é uma descamação excessiva do couro cabeludo, na qual surgem entre os fios de cabelo pequenas escamas brancas. Ela provoca um processo inflamatório nos folículos pilosos que pode ocasionar a queda.

Não há cura definitiva, mas a caspa pode ser controlada. A primeira providência é um xampu com ação anticaspa. Esses produtos funcionam porque têm em sua composição princípios ativos específicos. Entre os mais comuns estão o ácido salicílico, piritionato de zinco e o cetoconazol.
 
10- Os fios caem mais no inverno? Por que?
 A umidade prejudica o folículo piloso, contribuindo para a queda.
Os fios podem sofrer quedas sazonais e não há explicação específica para isso.
 
11- É verdade que o estresse pode aumentar a queda de cabelo? Por que?
Há especialistas que acreditam que o stress pode ser um fator. Ainda não há evidências científicas que comprovam essa teoria. O motivo seria pela formação de radicais livres que causariam dano ao folículo. 

12- A alimentação pode interferir no crescimento do cabelo? Por que? Quais são os alimentos que fazem mal para os fios? E quais ajudam a prevenir a queda?
Sim. Uma alimentação rica em legumes, frutas e verduras confere ao organismo os nutrientes necessários para ajudar a nutrir os fios.  Assim, a raiz do cabelo fica mais fortalecida e as chances de enfraquecimento e queda diminuem.
 
A dieta precisa ter proteínas (carne, leite), carboidratos e vitaminas (frutas, verduras).

Fonte das principais vitaminas essenciais para cabelo:
  •  Zinco (frutos do mar, couve, gérmen de trigo, castanhas, frango)
  • Vitamina A (ovos, agrião, cenoura, espinafre)
  • Ferro (carne, feijão, verduras verdes)
  • Vitamina B12 (carne, fígado, queijos e ovos)
  • Aminoácidos lisina, cisteína e prolina (presentes em carnes)
  • Beta-caroteno (presente em vegetais alaranjados como cenoura e folhas de cor verde-escura)
  • Vitaminas do complexo B – entre elas a biotina: (presentes em grãos, nozes, legumes, cereais integrais)
  • Ferro - é um dos componentes mais importantes para a saúde do cabelo. A reserva de ferro no organismo deve estar alta e por isso a alimentação deve ser saudável.
  • Minerais - A falta de minerais como silício e zinco enfraquece não só o cabelo mas unhas e pele, por exemplo. Para ajuda a evitar e prevenir a queda de cabelo, é importante comer ostras, fígado, leite e farelo de trigo. 
 13- Já ouviu falar sobre os produtos e capsulas da Imecap Hair? Você recomenda seu uso?
 Imecap hair é um suplemento de vitaminas composto por:  Piridoxina 1,3mg; Biotina 30mcg; Cromo 35mcg; Selênio 34mcg; Zinco 7mg. É um complexo de substâncias que são encontradas normalmente na nossa alimentação.

O produto é vendido como um “nutricosmético”, sem necessidade de bula. Esse suplemento de vitaminas é indicado para combater a queda de cabelo, estimular o crescimento capilar e aumentar o volume dos fios.

Mas é preciso ter cautela e avaliar as causas da queda em primeiro lugar. Nem todas as situações podem ser tratadas por suplemento alimentar e vitaminas. (até para não fazer sobrecorreção)

É fundamental o diagnóstico médico e as devidas orientações para o correto tratamento.
 
14- Quais são os produtos que você recomenda para quem está sofrendo de queda de cabelo?
Inúmeras vitaminas com os principais princípios ativos para cabelo, são recomendadas pelos dermatologistas.

Biotina, zinco, selênio, piridoxina, cisteína são os principais nutrientes que interferem na qualidade do fio.

Cuidados para manter os fios saudáveis e bonitos
1. Alimentação equilibrada com proteínas e vitaminas (carne vermelha tem que ser ingerida, pois tem ferro que é necessário para a força do fio de cabelo).

2. Praticar atividades físicas: libera endorfinas, tem poder antioxidante e benéfico para o metabolismo celular.
 
3. Lavagem adequada: tirar o excesso de resíduos para não obstruir poros.

4. Tratar e evitar a dermatite seborreica e oleosidade.

5. Evitar água muito quente durante o banho, pois ativa as glândulas sebáceas e resseca o fio.

6. Não dormir com os cabelos molhados, pois aumenta a oleosidade.

7. Não abafar os cabelos com bonés ou chapéu por longo períodos -  pode piorar o quadro de oleosidade e dermatite.
 
8. Usar xampus específicos para o seu tipo de cabelo.

9. Fazer hidratação  e máscara capilar, principalmente após tratamentos químicos.

10. Utilizar na rotina reparadores de ponta ou óleos hidratantes.

Na dermatologia...

...o correto diagnóstico é fundamental para o tratamento ideal a cada paciente.